Dr. Luciano Moreira – OTORRINO – Surdez – Otosclerose – Implante Coclear -Rinoplastia -Rio de Janeiro – Cirurgia de Ouvido, Nariz e Garganta

Os PERIGOS do COLESTEATOMA – Dr. Luciano Moreira – Otorrino – Rio

Marcos é maestro e toca saxofone. Convive com problemas no ouvido desde a infância e hoje tem 48 anos. Quando criança foi submetido à 3 cirurgias, duas em um ouvido e uma do outro lado. Ainda na adolescência outro médico lhe informou que ele teria que fazer uma segunda cirurgia, pois sua doença não tinha sido totalmente controlada no ouvido esquerdo.

Entretanto a lembrança dos dias ruins da infância, junto com o medo de perder a audição que ele ainda tinha, o fez fugir dessa indicação.

Alguns exames me mostraram que ele tinha um colesteatoma à esquerda, que ocupava grande parte do seu ouvido médio, destruía seus ossículos da audição e também já atingia seu labirinto.

Após compreender que ele corria risco de perder completamente a audição, desenvolver uma meningite ou um abcesso no cérebro, Marcos finalmente decidiu ser submetido à mais uma cirurgia.

Dentre as doenças que podem comprometer a audição, a otite média crônica colesteatomatosa merece especial atenção. Para os pacientes não é diferente, já que a prevenção nesses casos é fundamental. De fato, por vários fatores que explicarei abaixo, o colesteatoma é uma doença perigosa, mas sobretudo evitável.

 

O que é o colesteatoma?

O colesteatoma é uma massa composta de pele (tecido epitelial) que se forma dentro do ouvido, para dentro do tímpano.

As superfícies internas da orelha média são normalmente cobertas por mucosa do tipo respiratório, como a que revestem por dentro a boca, a garganta, o nariz e os pulmões.

Uma vez formado o colesteatoma, sua tendência é de crescimento contínuo. Seu poder destrutivo vem de três fatores: seu crescimento e compressão das estruturas vizinhas, a produção de enzimas capazes de destruir tecidos e a participação de bactérias causando infecção e inflamação crônicas.

Há dois tipos de colesteatomas: os adquiridos e os congênitos. Falaremos mais aqui dos colesteatomas adquiridos já que esses são muito mais comuns que os colesteatomas congênitos. 

Qual a origem do colesteatoma?

Embora haja grande discussão entre especialistas sobre sua real origem, os colesteatomas adquiridos costumam surgir em pacientes com história de otites crônicas ou de repetição, em que há perfuração ou retrações da membrana do tímpano.

Nessas circunstâncias, cria-se condições para que a pele que cobre a superfície do conduto auditivo externo migre para a região interna ao tímpano (ouvido médio), onde ela não deve estar presente.

A partir dai, por mecanismos não totalmente explicados, essa pele passa a se proliferar num crescimento em camadas semelhante a estrutura de uma cebola, uma camada de pele sobre a outra, de forma interrupta.

Sintomas e riscos do colesteatoma

Os colesteatomas pequenos e ainda iniciais podem apresentar poucos sintomas, ou mesmo nenhum. A medida que a doença caminha é comum que haja episódios de saída de secreção pelo ouvido, com um odor forte e característico.

Dependendo da maneira que o colesteatoma se distribui e quais estruturas ele afeta, podem surgir perda de audição, zumbido e mais raramente dor.

Nos casos muito avançados, em geral em pacientes com pouco acesso a cuidados de saúde, o colesteatoma pode levar a consequências graves como a paralisia facial, meningites e abcessos cerebrais. 

Nesses casos de complicações cerebrais, pode haver risco de morte.

Como é feito o diagnóstico do colesteatoma?

colesteatoma

Tomografia Computadorizada mostrando um Colesteatoma

Em muitos casos podemos fazer o diagnóstico do colesteatoma no consultório, colhendo o histórico dos sintomas e examinando o interior dos ouvidos.

Atualmente dispomos de microscópios e endoscópicos especiais que permitem a inspeção do ouvido e do tímpano com imagens de grande qualidade.

Também é comum solicitarmos em caráter complementar, audiometria e tomografia computadorizada do ouvido para avaliarmos as consequências auditivas e a extensão da doença.

Como evitar o colesteatoma?

Com a exceção do raro colesteatoma congênito, uma grande parte dos colesteatomas pode ser evitada.

Para que ele se desenvolva é necessário tempo. O acompanhamento de perto dos casos de otites, com visitas de controle ao otorrinolaringologista, quase sempre pode identificar essas alterações, como perfurações ou retrações do tímpano

Uma vez identificadas, essas condições devem ser corrigidas ou acompanhadas de perto.

Qual é o tratamento para colesteatoma?

Uma vez instalado, não existe possibilidade de cura com medicamentos, sendo o tratamento ideal do colesteatoma, quase sempre cirúrgico.

Entretanto, pacientes mais idosos ou portadores de doenças mais graves podem não ter condições de se submeterem à cirurgia, devendo ser acompanhados e tratados clinicamente de forma paliativa.

A cirurgia indicada pode ser a timpanoplastia ou a timpanomastoidectomia, além de suas variantes técnicas.

Esses são procedimentos cirúrgicos de proporções microscópicas e bastante delicados. Devem ser realizados por cirurgiões com extenso treinamento e experientes em cirurgia otológica.

Uma novidade de destaque surgida nos últimos anos é a introdução do endoscópio na cirurgia do colesteatoma.

Este vem se somar ao microscópio cirúrgico como ferramenta de visualização. Seu uso vem auxiliando bastante na exploração das regiões de mais difícil acesso na anatomia interna do ouvido, ajudando a evitar recidivas causadas pela remoção incompleta do colesteatoma.

Pós operatório do colesteatoma

Para o paciente o pós-operatório costuma ser tranquilo. O retorno às atividades de trabalho ou estudos acontece cerca de uma semana após a cirurgia.

O cuidado mais importante nos casos de colesteatomas é o acompanhamento de longo prazo, uma vez que pode levar um ano ou mais para termos a certeza que a doença foi totalmente debelada.

E mesmo assim, não são raros os casos em que o paciente pode precisar outras cirurgias, seja pra remoção complementar da doença, seja para tentar melhorar a audição alterada pelo processo inflamatório crônico que o paciente viveu por longo tempo.

 

Dr. Luciano Moreira – Otorrino – Rio de Janeiro

 

Posso fazer a cirurgia de implante coclear? Dr. Luciano Moreira

 

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