O que precisamos saber sobre diagnostico de surdez? Esse é um assunto que deve interessar a todos os médicos e fonoaudiólogos e, principalmente, a vocês, pacientes, as pessoas que nos buscam com problemas auditivos, sejam adultos, sejam crianças trazidos por seus pais e cuidadores. Por que eu digo isso? Porque uma das coisas mais frequentes no consultório são pessoas que não têm um diagnóstico de surdez completo.
Quando digo diagnóstico de surdez completo, é importante deixar claro o que isso significa, porque algumas pessoas tendem a achar que o diagnóstico é apenas o que causa a perda auditiva, e isso está muito longe de ser verdade.
O diagnóstico é a compreensão completa do quadro, até porque muitas vezes a causa não é descoberta, mesmo depois que se fazem todos os exames necessários, existentes e aplicáveis a cada caso. Mas um diagnóstico de surdez completo significa, em primeiro lugar, ouvir o paciente e a família em detalhes, ouvir a história da sua queixa, quando surgiu a perda auditiva, em que circunstâncias, de que forma essa perda auditiva afetou e afeta a vida da pessoa nas suas atividades diárias, no seu estudo, no seu trabalho, nas suas relações sociais e familiares.
É preciso entender outros problemas de saúde que a pessoa tenha, um histórico familiar seja de perda auditiva ou de outras doenças. São todas essas circunstâncias que vão nos ajudar a construir o que eu chamo de diagnóstico completo e apenas assim permitir que a gente tenha um rumo, que a gente trace uma conduta médica. Como dizemos, de quanto em quanto tempo vamos acompanhar, qual a melhor solução auditiva, um aparelho auditivo, um implante coclear, quais as melhores rotinas a pessoa precisa na sua vida para que ela tenha o menor prejuízo possível da sua perda auditiva. Quais exames são aplicados, quais os exames.
Hoje, recebi uma criança de 7 anos no consultório com uma perda auditiva neurossensorial progressiva que teve uma queda da própria altura e essa perda se agravou. Isso é a história do que a gente chama de um aqueduto vestibular alargado, e a criança nunca fez uma tomografia. Isso tem muitos motivos; falta de conhecimento, sem dúvida, é um deles. Mas uma das principais causas é a estrutura extremamente precária e deficitária do nosso sistema de saúde, tanto público quanto de convênios, em que atendimentos e consultas se dão muitas vezes em 20 minutos, 15 minutos, 5 minutos.
Cinco minutos não são suficientes nem para o paciente se apresentar, nem para você colher os dados mais básicos da pessoa, imagine para entender a história, a perda auditiva, as doenças associadas, discutir as expectativas dele e da sua família. Enfim, para a gente fazer alguém ouvir bem, primeiro nós precisamos ouvir muito bem o que o paciente tem a dizer.
DICA DO DR. LUCIANO MOREIRA: se você tem perda auditiva, otosclerose, zumbido no ouvido, usa aparelho auditivo ou implante coclear, conheça o CLUBE dos Surdos Que Ouvem, criado pela escritora Paula Pfeifer, do site Crônicas da Surdez. Os grupos do Clube vêm ajudando a transformar milhares de vidas desde 2010. Estar em contato direto com outras pessoas que têm deficiência auditiva é algo que vai ajudar muito a sua jornada da surdez. E, se você precisa comprar aparelho auditivo e está cheio de dúvidas, essas AULAS vão ser de grande valia.
Os erros que você NÃO PODE cometer ao comprar APARELHO AUDITIVO
CURSOS SURDOS QUE OUVEM
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