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O Guia da Cirurgia de Amigdalas e Adenoide em CRIANÇA

cirurgia de amigdalas e adenoide em crianças

A indicação de uma cirurgia para um filho, por mais comum que seja o procedimento, sempre causa receio nos pais. Surgem inúmeras dúvidas, ansiedades e a busca por informações claras e confiáveis torna-se uma prioridade. Se você está passando por este momento, este guia da cirurgia de amigdalas e adenoide em crianças foi cuidadosamente preparado pensando em você e nas suas preocupações.

As amígdalas e a adenoide, pequenos órgãos que habitam a garganta e o nariz das crianças, algumas vezes, em vez de proteger, tornam-se a causa de muitos problemas. Meu compromisso aqui é oferecer um panorama completo, desde o entendimento do que são esses órgãos e por que podem causar problema, até os detalhes sobre a cirurgia de remoção (conhecida como adenoamigdalectomia) e o período de recuperação. O objetivo é que, ao final desta leitura, você se sinta mais seguro, bem informado e confiante para – junto com o médico otorrinolaringologista – tomar a melhor decisão para a saúde e o bem-estar do seu filho. 

Como é a cirurgia de amigdalas e adenoide em criança

 

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O que são e onde ficam as amigdalas e adenoides? 

As amígdalas, mais corretamente chamadas de tonsilas palatinas, são duas massas de tecido linfoide, semelhantes a gânglios, localizadas uma de cada lado, no fundo da garganta. São aquelas “bolinhas” que conseguimos ver quando a criança abre bem a boca. Já a adenoide, ou tonsila faríngea, é também um tecido linfoide (uma “outra amígdala”), mas que fica “escondida” na parte de trás do nariz, em uma região chamada rinofaringe, onde o ar passa antes de descer para a garganta. Por sua localização, a adenoide não é visível ao simples exame da boca.

Qual a verdadeira função das amigdalas e adenoides no corpo da criança?

Tanto as amígdalas quanto a adenoide fazem parte do chamado Anel de Waldeyer, uma espécie de barreira de defesa imunológica localizada na entrada do trato aerodigestivo superior. Sua principal função é atuar como uma primeira linha de combate contra microrganismos (vírus e bactérias) que entram no corpo pela boca e pelo nariz, produzindo anticorpos e células de defesa (linfócitos) para ajudar a combater infecções. 

Até que idade elas são realmente importantes para a imunidade?

Essa função de defesa das amígdalas e da adenoide é especialmente proeminente nos primeiros anos de vida da criança, quando o sistema imunológico ainda está amadurecendo e aprendendo a lidar com os diversos agentes infecciosos do ambiente. Geralmente, por volta dos 3 a 5 anos de idade, a importância imunológica desses órgãos tende a diminuir consideravelmente. Isso ocorre porque o sistema imunológico da criança já desenvolveu outras formas de defesa mais robustas e específicas, e outros órgãos linfoides assumem um papel mais central. É um receio comum dos pais que a remoção das amígdalas e da adenoide possa comprometer a imunidade do filho. No entanto, é importante esclarecer que, para a grande maioria das crianças que têm indicação cirúrgica, essa remoção não resulta em prejuízo clinicamente significativo para o sistema imune. O organismo possui um sistema de defesa complexo e redundante, e a ausência desses tecidos específicos, principalmente após os primeiros anos de vida, não costuma deixar a criança mais vulnerável a infecções de forma geral. 

Quando as amigdalas e a adenoide se tornam um problema para a criança?

É crucial estar atento aos sinais, pois esses podem ser indicativos de questões mais sérias com potencial para consequências a longo prazo, afetando o desenvolvimento físico, cognitivo e comportamental. Sinais de alerta: o que os pais devem observar no dia a dia? Fique atento se seu filho apresentar um ou mais dos seguintes sintomas de forma persistente:

  1. Alterações no desenvolvimento da face
  2. Alterações na postura corporal
  3. Problemas dentários
  4. Qualidade do sono prejudicada
  5. Impacto no aprendizado e comportamento

Para ajudar os pais a identificarem potenciais problemas, a tabela abaixo resume os principais sinais de alerta sobre amigdalas e adenoide em criança:

Sintoma O que Observar Possível Problema Associado Quando Procurar o Otorrino?
Ronco alto e frequente Todas as noites, com esforço respiratório, pausas na respiração. Hipertrofia de amígdalas/adenoide, Apneia do sono. Se persistente e acompanhado de outros sinais.
Respiração predominantemente pela boca Boca aberta durante o dia e/ou noite, mesmo sem estar resfriado(a). Obstrução nasal por hipertrofia de adenoide e/ou rinite. Se for um padrão constante.
Infecções de garganta recorrentes Vários episódios ao ano com febre, dor, dificuldade para engolir, uso de antibióticos. Amigdalite de repetição. Se atender aos critérios de frequência ou causar muito sofrimento.
Infecções de ouvido recorrentes Dor de ouvido frequente, com ou sem secreção, perda auditiva. Otite média de repetição, Otite média secretora. Se os episódios forem frequentes ou houver suspeita de perda auditiva.
Sono agitado, despertares, terror noturno Criança se mexe muito, acorda assustada, tem suor excessivo durante o sono. Dificuldade respiratória noturna, Apneia do sono. Se o padrão de sono estiver consistentemente alterado.
Dificuldade de concentração, irritabilidade Criança parece sempre cansada, desatenta na escola, mais irritadiça. Sono de má qualidade devido à obstrução respiratória. Se houver impacto no comportamento e aprendizado.
Voz anasalada (“fanhosa”) Voz com característica nasal constante, mesmo sem resfriado. Obstrução nasal por hipertrofia de adenoide. Se persistente.
Mau hálito persistente Hálito desagradável mesmo com boa higiene bucal. Amigdalite caseosa, respiração bucal, infecção crônica. Se não melhorar com medidas de higiene.

Diagnóstico: Como o médico descobre se a cirurgia de amigdalas e adenoide é necessária em criança?

Tudo começa com uma boa conversa com o otorrinolaringologista. O médico irá ouvir atentamente o relato dos pais sobre os sintomas da criança: quando começaram, com que frequência ocorrem, qual a intensidade, como impactam o dia a dia. Essa história clínica detalhada é uma peça-chave do quebra-cabeça. Em seguida, será realizado um exame físico completo, que inclui a oroscopia (visualização direta das amígdalas na garganta, avaliando seu tamanho e aspecto) e a rinoscopia anterior (exame da parte da frente do nariz).

Exames complementares: 

Tratamentos de amigdalas e adenoides em criança:

Nem sempre a cirurgia é a primeira ou única opção.  Abordagem conservadora: quando é possível tratar sem operar?

É importante lembrar que, em muitas crianças, especialmente as mais novas, a adenoide tende a regredir (diminuir de tamanho) espontaneamente com o crescimento, por volta dos 6-8 anos de idade. 2 Nesses casos, se os sintomas não forem muito intensos ou não estiverem causando complicações significativas, o tratamento clínico e o acompanhamento regular pelo otorrinolaringologista podem ser suficientes para controlar o problema até que essa regressão natural ocorra.

Principais indicações para a cirurgia de amigdalas e adenoide em criança:

Obstrução significativa das vias aéreas superiores:

Esta é uma das indicações mais comuns. Inclui:

Infecções de repetição graves:

Complicações das infecções ou da obstrução:

“Mas doutor, tirar as amígdalas e a adenoide não vai prejudicar a imunidade do meu filho?”


As amígdalas e a adenoide têm uma função imunológica, especialmente nos primeiros anos. No entanto, para a grande maioria das crianças que realmente necessitam da cirurgia (geralmente após os 2-3 anos de idade), a remoção desses tecidos não causa uma diminuição significativa ou clinicamente relevante da imunidade a longo prazo.

O sistema imunológico do ser humano é vasto e complexo, com múltiplos órgãos e células espalhados por todo o corpo que continuam a proteger a criança de forma eficaz. Na verdade, em muitos casos, quando as amígdalas e/ou a adenoide estão cronicamente inflamadas ou infectadas, elas podem se tornar um “foco” de problemas, consumindo energia do sistema de defesa em vez de ajudar. A remoção desses tecidos doentes em geral leva a uma melhora na saúde geral da criança, com menos infecções e mais disposição. Estudos científicos extensos e a prática clínica de décadas suportam a segurança da adenoamigdalectomia em relação à imunidade, quando bem indicada. 

Preparando seu filho (e vocês, pais!) para a cirurgia: uma jornada de confiança

A decisão pela cirurgia foi tomada em conjunto com o otorrinolaringologista. Agora, inicia-se uma nova fase: a preparação para o procedimento. Este é um momento crucial, onde a informação clara e o apoio emocional fazem toda a diferença para a tranquilidade da criança e da família. A preparação psicológica da criança é tão vital quanto os cuidados físicos.

Cuidados pré-operatórios: o que fazer na véspera?

Jejum: por que é tão importante e quais as regras?

O jejum antes da anestesia geral é uma medida de segurança indispensável. Ele visa garantir que o estômago da criança esteja vazio no momento da indução anestésica, prevenindo o risco de vômito e a aspiração de conteúdo gástrico para os pulmões, o que poderia causar uma pneumonia grave. As crianças devem fazer um jejum completo, incluindo líquidos, por 6-8 horas antes da cirurgia, observando a orientação do cirurgião em cada caso. 

Como é feita a cirurgia? Um olhar detalhado (e tranquilizador) para os pais

Chegou o dia da cirurgia. É natural que a ansiedade aumente, mas saber o que esperar pode trazer mais tranquilidade. Lembre-se que seu filho estará sob os cuidados de uma equipe especializada e dedicada.

Anestesia geral em crianças: segurança em primeiro lugarA cirurgia de amígdalas e adenoide é sempre realizada sob anestesia geral. Isso significa que a criança estará dormindo profundamente durante todo o procedimento, sem sentir qualquer dor ou desconforto, e permanecerá imóvel, o que é essencial para a segurança e precisão da cirurgia.  Muitos pais têm um receio particular em relação à anestesia geral em crianças. É importante desmistificar esse medo. A anestesia pediátrica moderna é extremamente segura, graças aos avanços nos medicamentos, nas técnicas e, fundamentalmente, no monitoramento contínuo de todos os sinais vitais da criança por um médico anestesiologista com experiência em pediatria. Agentes anestésicos como o Sevoflurano (um gás administrado por máscara para induzir o sono de forma suave) e o Propofol (uma medicação intravenosa) são comumente utilizados por permitirem uma indução e um despertar mais rápidos e tranquilos. Antes da cirurgia, vocês terão a oportunidade de conversar com o anestesista, que explicará todo o processo, avaliará a criança e responderá a todas as suas dúvidas.

As técnicas cirúrgicas: o que os pais precisam saber sobre as opções?

O objetivo da cirurgia é remover o tecido das amígdalas e/ou da adenoide que está causando obstrução ou infecções de repetição. Existem diferentes técnicas para realizar este procedimento, e a escolha pode depender da experiência do cirurgião, das características do caso e dos recursos disponíveis. É importante saber que todas as técnicas, quando bem indicadas e executadas, são eficazes. As técnicas mais modernas buscam, principalmente, reduzir o sangramento durante a cirurgia, diminuir a dor no pós-operatório e acelerar a recuperação.

Duração da cirurgia e tempo de internação

A cirurgia em si é geralmente rápida, durando entre 30 a 60 minutos, dependendo da técnica utilizada e se apenas a adenoide, apenas as amígdalas, ou ambas serão removidas. 8 Quanto à internação, na maioria dos casos, a criança recebe alta hospitalar no mesmo dia da cirurgia ou na manhã seguinte, após um período de observação e recuperação da anestesia. 8 Crianças muito pequenas (menores de 3 anos), aquelas com condições médicas preexistentes significativas (como apneia do sono grave ou síndromes) ou que moram muito longe do hospital podem necessitar de uma noite de internação para monitoramento mais próximo.

Pós-operatório de cirurgia de amigdalas e adenoide em criança: Guia completo para uma recuperação tranquila e segura em casa

O período pós-operatório é, talvez, o que mais gera ansiedade e dúvidas nos pais. Saber o que esperar e como cuidar da criança em casa é fundamental para uma recuperação sem sustos e mais confortável. Um acompanhamento cuidadoso em casa, seguindo as orientações médicas, é a chave para o sucesso.

As primeiras horas após a cirurgia: o que esperar no hospital?

Após o término da cirurgia, a criança será monitorada pela equipe de enfermagem e pelo anestesista até que desperte completamente e seus sinais vitais estejam estáveis. É comum que ela acorde sonolenta, um pouco confusa e com algum nível de dor na garganta. Náuseas e vômitos podem ocorrer nas primeiras horas, mas geralmente são prevenidos ou tratados com medicações administradas durante ou após a anestesia. Assim que a criança estiver bem acordada e segura, os pais são chamados para ficarem ao seu lado, o que é muito importante para o seu conforto emocional.

Manejo da dor: aliviando o desconforto do seu filho

É esperado que a criança sinta dor após a cirurgia, principalmente ao engolir. Essa dor pode ser referida para os ouvidos, o que é bastante comum e não significa necessariamente uma infecção de ouvido. 1 A intensidade da dor varia de criança para criança.

Medicação: O médico prescreverá analgésicos (como paracetamol ou dipirona) para serem administrados regularmente em casa, nos horários corretos, para manter a dor sob controle. 15 É importante dar a medicação antes que a dor se torne muito forte. Em alguns casos, opioides fracos podem ser indicados para dores mais intensas, sempre sob orientação médica.

Evitar certos medicamentos: Geralmente, recomenda-se evitar anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como o ibuprofeno ou a aspirina, nos primeiros dias após a cirurgia, pois eles podem aumentar o risco de sangramento, a menos que o cirurgião os prescreva especificamente. 29

Medidas de conforto: Manter a garganta hidratada com pequenos goles de líquidos frios e oferecer alimentos gelados (como sorvete ou gelatina) pode ajudar a aliviar o desconforto.

Pico de dor: É comum que a dor piore um pouco por volta do 7º ao 10º dia de pós-operatório. Isso ocorre porque a fibrina (a placa de cicatrização esbranquiçada que se forma no local da cirurgia) começa a se desprender, expondo terminações nervosas. É uma fase temporária. 29

Alimentação: o que pode e o que não pode comer?

A alimentação no pós-operatório é um ponto crucial para a recuperação e cicatrização, além de ser uma fonte de preocupação para os pais. A progressão deve ser gradual:

Primeiros dias (geralmente 1 a 3 dias): A dieta deve ser exclusivamente líquida e pastosa, em temperatura fria ou gelada. 1 Exemplos incluem: água, chás (não muito quentes), sucos de frutas não ácidas (maçã, pera, mamão), água de coco, sorvete (de massa, sem pedaços ou coberturas duras), gelatina, iogurte natural, caldos de legumes ou carne coados e resfriados, vitaminas de frutas batidas com leite (se tolerado), purês bem ralos.

Dias seguintes (geralmente do 4º ao 7º dia): Pode-se iniciar a introdução gradual de alimentos pastosos mais consistentes, em temperatura morna ou ambiente, desde que sejam macios e fáceis de engolir. 38 Exemplos: sopas cremosas (evitar pedaços grandes ou duros), macarrão bem cozido com molho suave, ovos mexidos ou cozidos moles, purê de batata ou mandioquinha, frutas cozidas ou amassadas (banana, maçã cozida), pão de forma sem casca e bem macio.

Após 7 a 10 dias (ou conforme orientação médica): O retorno à dieta normal da criança pode ser feito gradualmente, observando a aceitação e o conforto ao engolir. 38 Ainda se deve evitar alimentos muito duros, crocantes (como torradas, salgadinhos, pipoca), apimentados, muito condimentados ou que possam “arranhar” a garganta (como casca de pão, batata frita crocante) por mais alguns dias.

Hidratação: A ingestão de líquidos é fundamental durante todo o período de recuperação para manter a garganta úmida, facilitar a deglutição e prevenir a desidratação. 29 Incentive a criança a beber pequenos goles de água frequentemente.

Guia alimentar Pós-Operatório de cirurgia de amigdalas e adenoide em criança

Período Consistência Temperatura Exemplos Permitidos Exemplos a Evitar
Dias 1-3 Líquida/Pastosa Rala Fria/Gelada Água, sucos não ácidos, sorvete, gelatina, iogurte, caldos frios, purês ralos. Líquidos cítricos (laranja, limão), refrigerantes, alimentos quentes, sólidos, pedaços.
Dias 4-7 Pastosa Macia Morna/Ambiente Purês mais consistentes, sopas cremosas, macarrão bem cozido, frutas amassadas, ovos. Alimentos duros, crocantes, com pontas, muito condimentados, cítricos fortes.
Dias 8-14 Normal (gradual) Variada Retorno gradual à dieta habitual, começando com alimentos mais macios. Alimentos muito ásperos, apimentados, excessivamente crocantes ou duros.

*Lembre-se: esta tabela é um exemplo. Siga sempre as orientações específicas do seu médico.*

 

Riscos e complicações: uma conversa aberta e honesta sobre a cirurgia

Toda cirurgia, por mais simples e rotineira que seja, envolve alguns riscos. É direito dos pais e responsabilidade do médico ter uma conversa franca e aberta sobre as possíveis complicações da adenoamigdalectomia. Felizmente, na grande maioria dos casos, a cirurgia transcorre sem problemas e a recuperação é tranquila. A transparência sobre os riscos, aliada à explicação das medidas preventivas e de manejo que a equipe médica adota, é fundamental para construir uma relação de confiança.

Benefícios da cirurgia: uma nova qualidade de vida para seu filho e para toda a família

Após passarmos pelos detalhes da cirurgia e seus possíveis percalços, é fundamental focarmos no objetivo principal: a melhora significativa que a adenoamigdalectomia pode trazer para a vida da criança e, por consequência, para toda a família. Os benefícios vão muito além de simplesmente “não ter mais dor de garganta”.

Respirar melhor, dormir melhor, viver melhor:

Menos infecções, menos antibióticos:

Impacto positivo no desenvolvimento e bem-estar:

Respondendo às dúvidas mais comuns dos pais (FAQ rápido e direto)

Sabemos que, mesmo com todas as explicações, algumas perguntas pontuais podem surgir. Reunimos aqui as dúvidas mais frequentes que os pais costumam ter, com respostas diretas para ajudar a esclarecê-las.

Qual a idade mínima para operar?

Não existe uma idade mínima absoluta. A decisão depende muito mais da gravidade dos sintomas e do impacto que o problema está causando na saúde e qualidade de vida da criança do que da idade cronológica. Geralmente, a cirurgia é mais comum após os 2 ou 3 anos de idade, mas em casos de obstrução respiratória severa ou apneia do sono grave, pode ser indicada até mesmo em crianças mais novas.

As amígdalas ou a adenoide podem “voltar” ou “crescer de novo” após a cirurgia?

Quando as amígdalas palatinas são removidas completamente (tonsilectomia total), elas não voltam a crescer. No caso da adenoide, especialmente se a cirurgia for realizada em idade muito precoce (antes dos 2-3 anos) ou se a remoção não for tecnicamente completa, pode haver um pequeno crescimento residual do tecido linfoide remanescente. No entanto, se a técnica cirúrgica for adequada, como a adenoidectomia videoassistida com microdebridador, a chance de um novo crescimento significativo que cause problemas novamente é muito pequena. A tonsilectomia intracapsular, uma técnica que preserva a cápsula da amígdala, tem um risco teórico de novo crescimento do tecido amigdaliano.

A voz do meu filho vai mudar?

Pode haver uma mudança sutil na voz, especialmente se as amígdalas e/ou a adenoide eram muito grandes e causavam uma voz abafada ou anasalada (hiponasal). Geralmente, a mudança é para uma voz mais clara, com melhor ressonância nasal, o que é percebido como uma melhora. Qualquer alteração costuma ser leve e a criança se adapta rapidamente.

A cirurgia dói muito? Quanto tempo dura a dor?

Sim, a cirurgia de remoção das amígdalas, em particular, causa dor no pós-operatório, principalmente ao engolir. A intensidade varia de criança para criança. A dor costuma ser mais forte nos primeiros dias e pode haver um segundo pico de desconforto por volta do 7º ao 10º dia, quando a fibrina (placa de cicatrização) começa a se soltar. Com o uso regular da medicação analgésica prescrita pelo médico, a dor é geralmente bem controlada. Em média, o desconforto significativo dura de 1 a 2 semanas.

Quanto tempo meu filho precisa ficar afastado da escola/creche?

O afastamento da escola ou creche é geralmente recomendado por um período de 7 a 14 dias, dependendo da recuperação da criança e da orientação médica.

E de atividades físicas/esportes?

O retorno às atividades físicas deve ser gradual. Atividades leves e brincadeiras calmas podem ser retomadas após 1 a 2 semanas. Esportes mais intensos, atividades de contato ou natação geralmente requerem um afastamento de 3 a 4 semanas, ou até a completa cicatrização e liberação pelo cirurgião, para evitar sangramentos ou traumas.

A cirurgia é coberta pelo plano de saúde?

Na maioria dos casos, quando há uma indicação médica clara e documentada para a adenoamigdalectomia, os planos de saúde costumam cobrir os custos hospitalares e de materiais do  procedimento. Os honorários de nossa equipe médica são em caráter particular e alguns convênios podem reembolsar parcialmente esses valores.  É sempre importante verificar previamente com a operadora do plano quais são as coberturas, necessidade de autorizações e rede credenciada.

Precisa de pontos? Eles caem sozinhos?

A necessidade de pontos (suturas) na cirurgia das amígdalas depende da técnica utilizada pelo cirurgião e da presença de sangramento durante o procedimento. Se forem dados pontos, eles geralmente são feitos com fios absorvíveis, que não precisam ser retirados, pois o próprio organismo os dissolve ou eles caem sozinhos em algumas semanas. Na adenoidectomia, geralmente não são utilizados pontos.

O que é aquela placa branca que aparece na garganta? É pus?

Não, aquela placa esbranquiçada ou amarelada que se forma no local onde as amígdalas foram removidas não é pus nem sinal de infecção na maioria das vezes. 1 Trata-se de uma camada de fibrina, uma proteína que faz parte do processo natural de cicatrização, como se fosse uma “casquinha” interna. Ela aparece nos primeiros dias e vai se desprendendo gradualmente ao longo de 1 a 2 semanas. Não tente removê-la.

Conclusão: A decisão compartilhada e o caminho para o bem-estar do seu filho

Chegamos ao final deste guia, e esperamos que as informações aqui apresentadas tenham sido úteis para esclarecer suas dúvidas e aliviar um pouco da ansiedade que envolve a decisão por uma cirurgia em seu filho. É fundamental reforçar que cada criança é única, e a necessidade da cirurgia de amígdalas e adenoide deve ser avaliada cuidadosamente pelo médico otorrinolaringologista, em conjunto com a família.

O diálogo aberto e honesto com o especialista é o pilar para uma decisão segura e consciente. Não hesite em perguntar, expor seus medos e alinhar as expectativas. Lembre-se que o objetivo principal é sempre buscar a melhor qualidade de vida e saúde para a criança.

A cirurgia de adenoamigdalectomia, quando bem indicada e realizada por uma equipe experiente e com as técnicas adequadas, é um procedimento seguro e que pode trazer uma transformação muito positiva para a vida da criança, livrando-a de sintomas incômodos, infecções de repetição e permitindo que ela respire, durma, se alimente e se desenvolva de forma muito mais saudável e feliz.

Se você identificou alguns dos sinais de alerta mencionados neste guia no seu filho, ou se ainda tem dúvidas sobre a saúde das amígdalas e adenoide dele, o próximo passo é procurar um especialista.

Se você reside no Rio de Janeiro, São Paulo, Juiz de Fora ou regiões próximas, e busca uma avaliação especializada e um cuidado humano e individualizado para o seu filho, agende uma consulta em nossa clínica.

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