A doença do refluxo acontece quando o conteúdo ácido do estômago sobe pelo esôfago com frequência e quantidade maiores do que o normal, causando lesões no próprio esôfago ou na mucosa da via aérea (garganta, nariz, ouvidos e pulmões). Podemos considera-la em parte um resultado dos (maus) hábitos de vida contemporâneos: Alimentação errada, estresse, obesidade, tabagismo, abuso de álcool e medicamentos. Compreender esses fatores e trabalhar na sua correção é fundamental para controle da doença no longo prazo.
Existem duas variantes da doença
O refluxo gastroesofágico (RGE) e o laringofaríngeo (RLF).
Ambas acontecem pela incapacidade de nosso sistema digestivo de impedir o excesso de refluxo (ou retorno) desse conteúdo ácido. Os sintomas da doença também variam em intensidade, pois essa depende do número de vezes em que o refluxo acontece e da quantidade de substância ácida refluída.
Um terceiro e importante fator também influencia dos sintomas: o nível anatômico que os episódios de refluxo consegue alcançar e consequentemente “queimar”. Isso é fundamental no diagnóstico e tratamento.
É através dessa diferenciação que a doença passou a ser dividida nas duas variantes (RGE e RLF) acima nomeadas, e que serão explicadas abaixo.
Refluxo Gastroesofágico (RGE)
O refluxo gastroesofágico é a apresentação mais conhecida da doença do refluxo.
Seus sintomas de queimação, regurgitações, azia e desconforto abdominal após às refeições são causados pela queimadura e lesão da mucosa do esôfago – tubo responsável por encaminhar os alimentos da garganta até o estômago.
Boa parte dessas pessoas não apresenta queixas na garganta e na via aérea.
Quando não tratado, as lesões na mucosa esôfago podem se tornar mais graves e profundas, levando ao aumento no risco de câncer.
O gastroenterologista é o profissional mais acostumado a lidar e tratar essas queixas.
O que é o Refluxo laringofaríngeo (RLF)?
Durante os episódios de refluxo, a secreção ácida pode subir e atravessar todo o esôfago, chegando à garganta, e mesmo ao nariz e pulmões. Quando esse tipo de refluxo ocorre, o classificamos como refluxo laringofaríngeo (RLF).
Os sintomas mais comuns do RLF são:
- Irritação, queimação e secura na garganta
- tosse crônica, que tende a ser pior a noite e ao acordar
- rouquidão
- pigarro
Nos casos mais sérios, principalmente em crianças e idosos, podem surgir otites e sinusites de repetição, além de pneumonias e outras alterações pulmonares.
Causas do Refluxo
Pessoas de todas as idades podem sofrer de RGE ou RLF.
Dentre às possíveis causas do refluxo, destacam-se aquelas relacionadas ao estilo de vida, como estresse, obesidade, alimentação inadequada e fora de hora, tabagismo e o abuso de álcool e alguns medicamentos, como anti-inflamatórios e sedativos para dormir.
Alterações, como hérnia de hiato, contrações anormais do esôfago e esvaziamento lento do estômago são exemplos de causas físicas ou anatômicas.
Nos bebês, o refluxo normalmente é causado pela imaturidade dos esfíncteres do esôfago, o que costuma se resolver após um ano de idade.
Diagnóstico e Tratamento do RGE e RLF
Em adultos, as duas variantes de refluxo quase sempre podem ser diagnosticadas clinicamente.
Em casos selecionados alguns exames complementares podem ajudar, coma a nasofaringolaringoscopia, endoscopia digestiva, pHmetria, biópsia, e exames radiológicos.
A maioria dos pacientes portadores de RGE ou RLF têm bom resultado com o tratamento clínico, baseado na mudança de alguns hábitos alimentares além do uso de medicamentos, como anti-ácidos, bloqueadores da bomba de prótons, pró-cinéticos, etc.
Em casos em que os sintomas se tornam crônicos e que passam a trazer outras consequências mais sérias para o paciente, a cirurgia pode ser indicada.
Mudança de Hábitos para Prevenir o RGE e RLF |
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