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Os segredos da LABIRINTITE: médico ESPECIALISTA explica

labirintite

Muitas pessoas usam incorretamente a palavra “labirintite” para se referir a tonturas e outros problemas médicos. É comum os pacientes chegarem aos consultórios já afirmando que têm labirintite. Ainda mais comum é receber pacientes de emergências que foram diagnosticados com… labirintite.

Ouvir essas e outras expressões dos pacientes é compreensível, afinal, ninguém é obrigado a dominar os termos médicos com perfeição. Tenho a convicção de que se eu começasse a falar sobre engenharia de pontes ou macroeconomia dos países bálticos, provavelmente sairia algo mais ou menos do mesmo nível.

Mas já era hora da medicina, especialmente nós otorrinolaringologistas, pararmos de usar o termo labirintite de forma equivocada.

Afinal, a LABIRINTITE EXISTE MESMO?

Vamos começar esclarecendo o título: Sim, labirintite existe, mas não da forma como você está acostumado a ouvir ou falar por aí.

A verdadeira labirintite é uma infecção do labirinto, bastante rara e quase sempre secundária a uma otite média (infecção do ouvido).

O QUE É E QUANDO OCORRE A LABIRINTITE?

Isso acontece quando o acúmulo de bactérias e pus dentro do ouvido, sob pressão, consegue entrar na orelha interna (ouvido e orelha são sinônimos aqui), causando infecção e inflamação nos líquidos, membranas delicadas e células presentes no labirinto.

É uma condição grave que muitas vezes requer internação hospitalar, antibióticos intravenosos e procedimentos cirúrgicos para drenagem do ouvido médio.

É verdade que muitos termos na língua brasileira são aceitos pelo uso frequente, mas no caso da labirintite, isso tem causado confusão e prejudicado os pacientes. Deixe-me explicar por quê.

O QUE A LABIRINTITE NÃO É

O termo labirintite é usado de forma incorreta para designar todas as doenças que afetam a orelha interna (veja aqui o vídeo que mostra o labirinto) e que causam vertigens e outros sintomas como zumbidos, náuseas ou perda de audição.

O correto nesses casos seria falarmos em labirintopatias.

As labirintopatias (ou seja, o que até ontem você chamava de “labirintite”) são um conjunto de doenças e disfunções do labirinto, e não UMA única doença.

labirinto

Veja no quadro abaixo uma classificação das LABIRINTOPATIAS

Síndrome de Ménière
Fístula Perilinfática
Deiscência do Canal Seicurcular Superior
Traumatismos do osso temporal
Sífilis
Obstrução da artéria vestibular
Neuronite vestibular
Vertigem posicional paroxística benigna
Fístulas labirínticas
Medicações vestibulotóxicas
Tumores do nervo vestibulococlear

Por aí já fica fácil perceber que além das diferentes causas, cada uma das labirintopatias tem um tratamento diferente

A conduta correta em cada uma dessas doenças acima é enormemente variado: Apenas observação para uns, medicamentos orais, muscular ou mesmo aplicados via intratimpânica para outros, terapias corporais de reabilitação, cirurgias do ouvido ou mesmo neurocirurgias.

Enfim, colocar doenças diferentes todas num mesmo saco e chama-las pelo mesmo nome, labirintite, não faz sentido!

A medicina é baseada antes de tudo em informação. Difundi-la da maneira correta, sem generalizações e em prol da saúde é nosso dever. Se você, um parente, ou um conhecido sofre com tonteiras, isso pode ser causado por uma alteração do labirinto.

Na maioria das vezes não é grave, mas antes de pensar em que remédio tomar, procure um otorrinolaringologista  tente descobrir a causa do problema para saber descobrir a melhor forma de resolve-lo.

O que é a labirintite?

A labirintite é uma condição médica que afeta o ouvido interno, especificamente o labirinto, uma estrutura complexa responsável pelo equilíbrio e audição. Ela pode ser causada por diferentes fatores, como infecções virais, inflamações, distúrbios circulatórios ou até mesmo estresse emocional.

Quais são os Sintomas da labirintite?

Os sintomas da labirintite podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem vertigem (sensação de tontura e desequilíbrio), náuseas, vômitos, perda de audição, zumbido no ouvido, sensação de plenitude auricular e dificuldade em concentrar-se.

Como é feito o Diagnóstico da labirintite?

O diagnóstico da labirintite é feito por um médico otorrinolaringologista, que irá realizar uma avaliação clínica detalhada, que pode incluir exames específicos como audiometria, videonistagmografia (VNG) e exames de imagem, como ressonância magnética do cérebro e ouvido interno.

Quais são as Causas da labirintite?

A labirintite pode ser causada por diferentes fatores, como infecções virais, como a gripe e o resfriado, infecções bacterianas do ouvido, inflamações, como a doença de Ménière, distúrbios circulatórios, como a isquemia labiríntica, e até mesmo estresse emocional.

Como é feito o Tratamento da labirintite?

O tratamento da labirintite pode variar dependendo da causa e gravidade dos sintomas. Pode incluir o uso de medicamentos, como anti-inflamatórios, corticosteroides e medicamentos para controle dos sintomas, como antieméticos (para náuseas e vômitos) e medicamentos para tontura. Além disso, terapias de reabilitação vestibular, que são exercícios específicos para melhorar o equilíbrio, podem ser recomendadas.

Mudanças no estilo de vida

Além do tratamento médico, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar no manejo da labirintite. Evitar o consumo de cafeína, álcool e alimentos salgados em excesso, bem como reduzir o estresse e ter uma boa qualidade de sono, pode ajudar a diminuir a frequência e intensidade dos sintomas.

Prevenção da labirintite

Nem sempre é possível prevenir a labirintite, uma vez que ela pode ter várias causas. No entanto, algumas medidas podem ser tomadas para reduzir o risco, como evitar infecções virais e bacterianas através de uma boa higiene pessoal, como lavar as mãos regularmente, evitar o uso excessivo de fones de ouvido em volumes altos e proteger os ouvidos de ruídos excessivos.

Impacto na qualidade de vida

A labirintite pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, uma vez que os sintomas, como vertigem intensa e perda de audição, podem causar limitações nas atividades diárias, como trabalhar, dirigir, praticar atividades físicas e socializar. É importante estar ciente desses impactos e buscar o suporte necessário, como apoio emocional e ajustes nas atividades cotidianas, para lidar com a condição.

A importância do acompanhamento médico

O acompanhamento médico regular com um otorrinolaringologista é fundamental para o manejo adequado da labirintite. O médico irá avaliar a causa dos sintomas, fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado para cada caso. Além disso, o médico pode oferecer orientações sobre mudanças no estilo de vida, exercícios de reabilitação vestibular e monitoramento dos sintomas ao longo do tempo.

Evite automedicação quando você tem labirintite

É importante evitar a automedicação ao lidar com a labirintite. O uso indiscriminado de medicamentos sem a orientação de um profissional de saúde pode não só não aliviar os sintomas, mas também causar efeitos colaterais indesejados. Cada caso de labirintite é único, e o tratamento adequado deve ser prescrito por um médico com base na causa, gravidade dos sintomas e condições de saúde do paciente.

Em resumo, a labirintite é uma condição que afeta o ouvido interno, causando sintomas como vertigem, perda de audição e zumbido no ouvido. O diagnóstico correto e o acompanhamento médico são fundamentais para o manejo adequado da condição. Além disso, mudanças no estilo de vida, como evitar gatilhos, reduzir o estresse e ter uma boa qualidade de sono, podem ser úteis. Evitar a automedicação e buscar o suporte necessário para lidar com o impacto na qualidade de vida também são importantes. Se você suspeita que está sofrendo de labirintite, consulte um otorrinolaringologista para uma avaliação adequada e um plano de tratamento individualizado.

 

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Dr. Luciano Moreira otorrino

Dr. Luciano Moreira – CRM-RJ 65192-3

Médico Otorrinolaringologista especializado em cirurgias da audição

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