Tratamos os pacientes que poderão fazer um IC como “candidatos”. Devemos dividir os candidatos em dois grupos bem distintos. O primeiro é formado por crianças que nascem surdas ou perdem a audição ainda antes de aprenderem a falar ou a ler (surdez pré-lingual). O segundo grupo (surdez pós-lingual) é composto por crianças mais velhas, adolescentes e adultos que perderam a audição depois de já terem adquirido alguma linguagem oral. Esse conceito de surdez pré e pós lingual é fundamental na avaliação da candidatura ao IC e por isso falaremos de cada um deles separadamente. Podemos ainda apontar um terceiro grupo, que chamamos de surdez peri-lingual, composto pelas crianças que já aprenderam a falar mas não a ler. Entretanto para fins de sistematização, não trataremos das indicações desse grupo em separado.
Quando identificamos pessoas que já usam AASI potentes e perderam a capacidade de compreender a fala sem suporte da leitura labial, deixam de ouvir os sons mais importantes do dia a dia e já não podem se valer da audição em quase nenhum aspecto, estamos diante de um “candidato”.
Embora não haja elementos que garantam um bom ou mal resultado do IC num determinado paciente, também podemos dividi-los e bons e maus candidatos, ou seja, candidatos com maiores ou menores chances de terem o melhor resultado. No quadro abaixo divido os fatores que podem influenciar o resultado do IC, podendo servirem de base para a expectativa de sucesso em cada caso.
BOM | RUIM |
Pouco tempo de surdez | Longo tempo de surdez |
Uso prévio de AASI | Sem uso de AASI |
Boa linguagem e fala | Sem linguagem oral |
Expectativa adequada de resultado | Expectativa exagerada ou irreal |
Família estruturada e comprometida | Divergências familiares sobre o tratamento |
Quadro 1: Fatores que podem influenciar o resultado do IC
Partindo-se de um candidato, faz-se necessária uma rotina investigativa e multidisciplinar para chegarmos à indicação definitiva do IC.
A avaliação com um médico otorrinolaringologista buscará avaliar as condições gerais de saúde bem como as condições anatômicas do ouvido e mais especificamente da cóclea, para sabermos se é possível uma cirurgia.
Testes auditivos especializados mostrarão a medida real da surdez e ajudarão a estabelecer a possível superioridade do IC sobre o AASI em cada caso.
Uma avaliação psicológica tentará estabelecer se o paciente e sua família estão cientes do que se trata o IC, do que se pode esperar do mesmo e de todo empenho necessário para que se chegue a um resultado satisfatório.
Estabelecidas a gravidade da surdez, a possibilidade médica de uma cirurgia e a expectativa real de resultado por parte do paciente e da família, chega-se à indicação final do IC. Nos tópicos a seguir, detalhamos cada uma dessas etapas conforme o tipo de surdez pré ou pós-lingual.
Visando trazer maior agilidade e conforto aos nossos pacientes anunciamos o nascimento da SONORA, um espaço integrado para realização de todos os exames da audição e terapias voltadas à surdez e aos demais distúrbios da comunicação. Trabalhamos juntos há anos, até então em ambientes diversos.
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