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4 Tipos de PERDA AUDITIVA e como cada um é TRATADO

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A perda auditiva pode ser silenciosa em sua chegada, mas suas consequências são profundas e impactam diretamente a qualidade de vida dos pacientes. Como médico otorrino que dedica boa parte do seu tempo à surdez, sempre reforço para meus pacientes que entender a origem e a natureza da sua perda auditiva é o primeiro passo fundamental para qualquer tratamento eficaz. O diagnóstico correto da perda auditiva é essencial (na semana passada falei sobre o problema crônico das audiometrias erradas que infelizmente recebo no meu consultório com frequência) uma vez que cada tipo de perda auditiva – seja ela condutiva, sensorioneural ou mista – requer abordagens terapêuticas diferentes.

Muitas vezes, a perda auditiva é tratada de forma simplista, com a ideia de que qualquer solução auditiva, como um aparelho auditivo, resolverá o problema. No entanto, sem uma avaliação detalhada, corremos o risco de mascarar os sintomas sem abordar as causas subjacentes. É como tentar reparar um motor de carro sem antes descobrir qual peça está com defeito. Cada orelha, cada caso, cada história clínica conta uma jornada única, e o papel do médico é entender essa jornada para personalizar o tratamento.

A condução de exames específicos – como a audiometria, a timpanometria e exames de imagem – nos permite identificar a localização exata do problema, seja no canal auditivo, nos ossículos do ouvido médio ou nas células sensoriais da cóclea. Uma infecção tratável, um trauma, o envelhecimento natural ou mesmo uma predisposição genética podem ser os fatores envolvidos. E sem um diagnóstico preciso, esses fatores podem ser negligenciados, resultando em uma deterioração progressiva da capacidade auditiva.

Outra questão que ressalto é que a perda auditiva não afeta apenas os sons ao nosso redor. Ela interfere na forma como nos conectamos com o mundo, com as pessoas que amamos e com as atividades que nos trazem alegria. Um diagnóstico precoce de surdez e preciso é a chave para evitar esse isolamento progressivo, permitindo a escolha do tratamento mais adequado e eficaz, seja ele medicamentoso, cirúrgico ou reabilitador.

Portanto, ao sentir os primeiros sinais de perda auditiva – seja a dificuldade de entender uma conversa em um ambiente ruidoso, um zumbido no ouvido persistente ou a sensação de abafamento – procure um especialista. Não se trata apenas de recuperar ou reabilitar a audição, mas de resgatar a qualidade de vida, a conexão social e o bem-estar emocional. O diagnóstico correto é o ponto de partida para essa jornada.

Os tipos de perda auditiva e seus tratamentos em 2025

O termo “perda auditiva” abrange muitas condições diferentes. Embora o resultado final seja a dificuldade de ouvir, a causa raiz pode variar bastante. 

1. Perda Auditiva Condutiva 

A perda auditiva condutiva é causada por algo que impede os sons de passar pelo ouvido externo ou médio, afetando o canal auditivo, o tímpano ou o ouvido médio (composto pelos ossículos: martelo, bigorna e estribo). Exemplos de causas de perda auditiva condutiva incluem:

  • Malformação do ouvido externo, canal auditivo ou estruturas do ouvido médio
  • Fluido no ouvido médio devido a um resfriado
  • Infecção no ouvido (otite média)
  • Alergias
  • Tímpano perfurado
  • Tumores benignos
  • Otosclerose 
  • Cera de ouvido impactada
  • Objeto estranho no ouvido

Como a perda auditiva condutiva é tratada?

Dependendo da causa, existem várias formas de tratar a perda auditiva condutiva, incluindo:

  • Medicamentos antibióticos ou antifúngicos para infecções ou acúmulo de fluido no ouvido médio
  • Cirurgia para correção de malformações ou disfunção do ouvido médio
  • Carretel (tubinho de ventilação) para drenar o fluido
  • Aparelhos auditivos convencionais ou de condução óssea, ou dispositivos implantáveis, dependendo da saúde do nervo auditivo

2. Perda Auditiva Neurosensorial 

A perda auditiva sensorioneural ocorre quando há um problema no funcionamento do ouvido interno ou do nervo auditivo. Exemplos de causas de perda auditiva neurosensorial incluem:

  • Exposição a ruídos altos
  • Envelhecimento (presbiacusia)
  • Traumatismo craniano
  • Doenças virais ou autoimunes
  • Hereditariedade

Como a perda auditiva neurosensorial é tratada?

As opções de tratamento variam de acordo com a causa, podendo incluir:

  • Corticosteroides 
  • Cirurgia emergencial para traumatismo craniano
  • Aparelhos auditivos
  • Implantes cocleares

 

3. Perda Auditiva Mista

A perda auditiva mista combina a condutiva com a neurosensorial. Diferentes causas podem estar presentes simultaneamente, como uma doença no ouvido médio associada à idade ou à perda auditiva induzida por ruído.

Como a perda auditiva mista é tratada?

Profissionais de saúde auditiva geralmente tratam primeiro a parte condutiva da perda. Em alguns casos, isso pode melhorar a resposta aos aparelhos auditivos.

4. Neuropatia Auditiva

A neuropatia auditiva ocorre quando o som entra no ouvido normalmente, mas devido a danos no ouvido interno ou no nervo auditivo, o som não é processado adequadamente pelo cérebro. Isso pode dificultar muito a compreensão da fala humana.

Como a neuropatia auditiva é tratada?

Os tratamentos variam com a gravidade da perda auditiva e podem incluir dispositivos de amplificação sonora ou implantes cocleares, juntamente com treinamento auditivo e de fala.

 

DICA DO DR. LUCIANO MOREIRA: se você tem perda auditiva, otosclerose, zumbido no ouvido, usa aparelho auditivo ou implante coclear, conheça o CLUBE dos Surdos Que Ouvem, criado pela escritora Paula Pfeifer, do site Crônicas da Surdez. Os grupos do Clube vêm ajudando a transformar milhares de vidas desde 2010. Estar em contato direto com outras pessoas que têm deficiência auditiva é algo que vai ajudar muito a sua jornada da surdez. E, se você precisa comprar aparelho auditivo e está cheio de dúvidas, essas AULAS vão ser de grande valia.

 

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Dr. Luciano Moreira otorrino

Dr. Luciano Moreira – CRM-RJ 65192-3

Médico Otorrinolaringologista especializado em cirurgias da audição

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