Neste artigo, vamos entender melhor a respeito dos diferentes tipos e graus de surdez. É importante saber que nem todo tipo e grau de surdez é considerado deficiência auditiva pela lei brasileira. Neste post, você entende quem é considerado deficiente auditivo pela lei no Brasil. Para conversar com pessoas com surdez e ler depoimentos de quem usa aparelho auditivo, nossa dica é o Clube dos Surdos Que Ouvem.
Definindo “Surdez”
Perda auditiva, deficiência auditiva ou surdez têm, do ponto de vista médico, o mesmo significado.
Os 3 termos são usados para as pessoas com diminuição dos limiares (limites) auditivos acima de níveis estabelecidos como normais.
Embora o conceito de normalidade sempre gere discussões, o estabelecimento de critérios diagnósticos é fundamental para guiar os tratamentos.
Assim, seguindo uma média da audição da população em geral, foram classificados como portadores de audição normal aqueles que possuem limiares auditivos abaixo de 20-25 decibéis (dB) em todas as frequências testadas, entre 250 e 8.000 hertz (audiometria ao lado).
Na maior parte das vezes, considera-se 20dB como o o limite de normalidade para crianças e 25dB para adultos. Outras vezes precisamos testar os limiares até frequências mais altas.
Graus de Surdez
Para fins de classificação, adotamos o sistema de graus para a perda auditiva.
A classificação mais simples e comumente usada, classifica a audição em 5 níveis:
- Audição Normal: Limiares auditivos baixo de 25 dB
- Perda Auditiva Leve: Limiares acima de 25 abaixo de 40dB
- Perda Auditiva Moderada: Limiares acima de 40 abaixo de 70dB
- Perda Auditiva Severa: Limiares acima de 70 abaixo de 90dB
- Perda Auditiva Profunda: Limiares acima de 90dB
É importante dizer que basta que, embora a audiometria teste o limiar auditivo em diversas frequências (entre os agudos e os graves), basta que uma dessas frequências esteja alterada para que a pessoa seja classificada como portadora de uma perda auditiva.
Outra situação bastante comum é que algumas frequências testadas apresentem resultados normais, enquanto outras apresentem limiares auditivos considerados alterados em diferentes graus.
Nesses casos, quando a pessoa possui limiares auditivos em níveis diferentes da tabela ao lado, o profissional classifica a perda auditiva dizendo em qual nível ela começa e até onde ela vai.
Como exemplo, pode se dizer que uma dada pessoa tenha uma disacusia de leve à severa.
Tipos de Surdez
Enquanto os graus dividem as perdas auditivas segundo um critério quantitativo, a diferenciação dos tipos de surdez se refere à origem anatômica do problema auditivo. Assim, seguindo os achados da audiometria, podemos classificar a disacusia como condutiva, sensorioneural ou mista.
A anatomia da orelha está representada na figura acima. Seguindo a divisão da orelha em externa, média e interna, podemos dizer que:
A surdez condutiva
Origina-se de problemas que ocorrem na orelha externa ou média.
A surdez sensorioneural
Origina-se de problemas causados na orelha interna
A surdez mista
É uma soma das duas anteriores.
Conclusão…
Concluindo, quando queremos falar sobre as características de uma perda auditiva, o correto é a classificarmos de acordo com seu tipo (condutiva, sensorioneural ou mista) e grau (leve, moderada, severa ou profunda). O uso de percentuais só é válido para medir acertos e erros em testes de fala, que chamamos de discriminação. Assim, é errado dizer “perdi 60 ou 70% da audição”.
Embora seja capaz de resultados extraordinários em crianças que nascem surdas e em adultos que perdem repentinamente a audição, o implante é realizado todos os casos de surdez severa ou profunda e somente uma avaliação rigorosa por uma equipe de médicos e fonoaudiólogos especializados pode estabelecer esta indicação.